sexta-feira, 6 de junho de 2008

Galhofa - Sorrub e Oileruá

Queridos Amigos, nossa coluna nesta edição não tratará de amenidades lingüísticas. Iremos mais fundo no verbo! Começamos hoje um pequeno enredo novelístico, com a finalidade de desviar sua atenção ao diversionismo cômico. O título esconde uma brincadeira que estimulará, espero eu, a ida ao pai de todas as definições. Senão curtam e gostem, ou gozem!
Leiam em voz alta é mais legal, héhé!
Bjs.
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Sorrub e Oileruá
Um história de Amor entre um dissoluto perdulário e sua sobejante bucelária!


I
Sorrub (com sotaque francês) era um sapudo. Baixo, gordo e atarracado!
Tinha ainda os óculos caídos na bicanca.
Andava por entre as fontes a bebericar água na bica, sonhando a pixirica.
O sarabatucu de noite passada o deixara deveras trombudo. Pitava um fino, distraído.
De cara encontra a mulher do bem-te-vi, siririca.
Ela andava a siriricar a piririca, pensando, quando iria à colcheta engatar uma bela piça. Há dias que andava assim, coitada, as picas!
Um olhar discreto ele lançou a sua bacineta.

Ele era uma figura de estranha atração. Apesar de sapudo, tinha um ar pimpão, e era sempre figura assídua aos namoros escandalosos.
Ela intato o corpo físico, sonhava já há um tempo quando teria o prazer de a um talo acariciar. Ela era um tanto mirra, de pernas e peitos, mas a parte carnosa do corpo formada pelo bubu! Hum...!
Olharam-se, atracaram-se.

Ele começou o entrave com um papo sonso perguntando o que tão formosa paloma fazia àquelas horas já lúcida e lépida. Que não era ainda horas de uma pequena andar solta pelas ruas. Afinal de contas, os bebuns voltavam para casa a esta hora.
Ela adorava um homem do tipo magriço. Paladino das damas, defensor dedicado das mulheres. Defensor piegas e ridículo, há que se dizer. Ela já notara sua peia arduosa espetando a braguilha.
O primeiro ósculo foi de muita paixão, feito de línguas e lábios.

Oileruá, este era o seu nome. Quis perguntar o que ele fazia já pedúnculo, mas achou que seria pergunta chispe, calou-se.
Trocaram mais algumas palavras. Ela fazia a tímida, sem o desembaraço das livres de qualquer prisão de corda ou de ferro que segura pelo rabo, aquele prolongamento da coluna vertebral de certos mamíferos, que deixa uns machos com a babugem escorrendo, como já disse, Oileruá tinha a pulpa suculenta.
Num movimento rápido sem razão aparente ou imaginária, que se alega para dissimular o motivo real de uma ação ou omissão, ele, devagar, cautelosamente, na ponta dos pés, aproximou-se salientemente dela.
Apaixonaram-se quando ao encaixe da rabiola, rabistel, rabiosque...

Oileruá já estava de quatro com o jeito melieiro de Sorrub. Alguma coisa de que até então se privara, ou de que não desfrutara, finalmente se concretizava para ela.
A visão daquela criança de quatro, de rabistel empinado, fez uma lambuzeira só na alma daquele glutão perdulário. Convidou-a para um café e depois para sua casa. Ela não podia. Marcaram outro dia.

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Quem é Leo Carnevale?
Ator, palhaço, diretor, escritor e colunista. Leo Carnevale desenvolve seu espetáculo "Pulitrica" pelas ruas, praças e onde for bem vindo seu Palhaço Afonso Xodó. Há algum tempo, está desenvolvendo sua capacidade literária voltada ao humor, ao teatro e a palhaçaria, aqui apresentada como Galhofa.

5 comentários:

Anônimo disse...

muito bom! já conhecia o palhaço xodó, que tive o prazer de assistir no Palhaços do Tumbao e no Geringonça, no Sesc Tijuca; mas essa veia literária foi uma surpresa, boa surpresa! ;)

ju disse...

OLÁ QUERIDO,

FIQUEI AMARRADONA EM RECEBER TEUS ESCRITOS.BEIJOKAS, VOLTO POR AQUI.

JU TÁNARUA

Anônimo disse...

Oiê!!!
To te acompanhando por aqui viu...
Bom ler seus escritos!!
Beijinhos,
Matilde

Anônimo disse...

leo,
adorei essas palavras, personagens e desenhos...
continue esse exercício de alegria!!
bjs
va

Anônimo disse...

Tá arrassando, hein queridóvsk!!
Adoro suas novidades, inunde-me sempre!!

BJs Th