quarta-feira, 26 de março de 2008

Entrevista com a dramaturga e diretora Larissa Câmara

Se um é bom, dois é demais e três é excepcional. Estrear, o terceiro número de uma revista eletrônica, sem patrocinador, com três entrevistas de diferentes artistas é algo excepcional. Se não, cabalistico. 3 e 3. Não esperem isso sempre! Até porquê essa terceira entrevista é sobre uma artista incomum, que descobri assistindo um Stand Up Comedy e fui descobri um verdadeiro mundo por trás dela. Com vocês, a dramaturga e diretora, graduada em Direção Teatral, pela UFRJ; e em Interpretação pela UNIRIO: Larissa Câmara!

Guerrilha Aberta: Quando surgiu a vontade de se dedicar ao mundo da arte? E como que você começou?
Larissa: Não sei dizer ao certo, sempre gostei de escrever. Fiz um curso de teatro quando tinha 16 anos e participei de um grupo teatral chamado República Cênica, em Campo Grande-MS. Quando fui fazer vestibular já tinha decidido que queria estudar Artes Cênicas e prestei vestibular no Rio de Janeiro.

GA: Você está com um espetáculo em cartaz, chamado Ela, onde você escreve e dirige. Do que se trata o espetáculo? É sua primeira realização como diretora e escritora?
Larissa: “Ela” é 1ª. parte da Trilogia da Vingança. A Trama é livremente inspirada no filme “Psicose”, de Alfred Hitchcock, mais precisamente no personagem Norman Bates. No filme de Hitchcock, Norman se veste de mulher (cross-dresser). Na peça “Ela”, coloco a personagem, interpretada pelo ator Marcus Fritsch, vestida de mulher contando, a partir de seus lapsos de memória, a história da própria mãe. O espetáculo acontece na cozinha, com uma visão otimista da vida, apesar dos sofrimentos, “Ela” utiliza legumes, utensílios domésticos, facas e xícaras para dar vida a sua história de perdas, internações em hospícios e amor.
Não é a minha primeira realização como diretora e dramaturga. Já escrevi e encenei outras peças, entre elas destaco “A Dama do Fashion Week” que recebeu prêmio de melhor figurino no Festival Internacional de Teatro Riocenacontemporânea em 2005.

GA: Você se dedica ao mundo da comédia, realizando um stand up comedy em eventos como Riso de Janeiro e Comédia de Salto. Como é para você trabalhar no universo da comédia? O que mais te fascina nesse universo?
Larissa: Sou comediante, logo me sinto muito a vontade dentro do universo da comédia. Na UNIRIO, um dos meus professores disse que eu tinha habilidade natural para a comédia. Tenho facilidade e muito prazer em escrever textos cômicos, trabalhei como roteirista cômica para uma empresa sediada em Madri e escrevi pilotos de humor para a Rádio Tupi.
O que mais me agrada no stand-up, além do formato que consiste em atuar em pé diante da platéia apenas com um microfone na mão e um texto na cabeça, é a resposta imediata do público.
Também já fui convidada dos grupos de stand-up comedy: Comédia em Pé e Tarja Branca (onde me apresentarei quinzenalmente as 5as. feiras). Um dos melhores elogios que ouvi, após uma apresentação de stand-up, foi que eu parecia o Woody Allen.



GA: Finalizando, na sua opinião o que é ser artista no Brasil?
Larissa:
Estou descobrindo, infelizmente ainda não tentei em outro país, mas acredito que é ter uma necessidade constante de melhoria e transformação não apenas das próprias condições de trabalho, mas do todo. Creio que é a vontade de transformar que faz um artista. Mas, fico realmente muito incomodada com a falta de profissionalismo e organização que dificulta o resultado final. A arte não depende apenas de feeling e criatividade, mas também de técnica e disciplina. Enfim creio que a dificuldade não é exclusividade nossa, elas existem em todas as áreas.


Serviço da peça ELA:
Espaço Café Cultural
Rua São Clemente, 409 – Botafogo
Tels: (21)2526-2666 / (21) 2526-2666
Temporada: 8 a 30 de março de 2008. ÚLTIMO FIM DE SEMANA!
Sábado 21h e Domingo 21h
Ingressos R$ 10
50% de desconto para estudantes e idosos.

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