sexta-feira, 4 de abril de 2008

Entrevista com Florência, uma das produlhaças do Palhaços no Tumbal

Seguindo as entrevistas dessa quarta edição, a nossa segunda entrevistada é uma uruguaia, definitivamente adotada pelo Brasil, Florencia Santángelo Formento, mais conhecida entre todos, como Flor. Em 2004, ela chega no Brasil para estudar teatro em Belo Horizonte, com o Grupo Galpão e paralelamente, fazendo teatro de rua. Quando chegou no Rio de Janeiro, em 2007, juntou suas amigas e amigos e fundou um encontro de palhaços, chamado Palhaços no Tumbal, onde só ano passado, reuniu mais de 50 palhaços, com encontros me

Guerrilha Aberta: Você veio de outro país, nao é? E quando chegou por aqui, lembro, que chegou cheia de energia sobre realizar um evento que pudesse reunir palhaços, deu o nome de Palhaços no Tumbal? Conte-nos como surgiu essa idéia?
Flor: É verdade, eu vim do Uruguai. Cheguei no Brasil em 2004 para fazer um curso de teatro em Belo Horizonte, com o grupo Galpão. Fiquei por lá durante tres anos, fazendo teatro de rua com a Cia Malarrumada, e paralelamente todo curso de palhaço que aparecia, eu ia e fazendo. Em 2005 e 2006, participei de uma pesquisa de palhaços com alguns amigos, coordenada por Bete Penido e constituimos o grupo Hoje Tem Marmelada. Nós montavamos números que na verdade eram de palco, mas faziamos na rua porque não tinhamos espaço para apresentar! Assim me dei conta da falta desse espaço. Em 2007, vim morar no Rio e conheci a Marcinha, Giselle e Daniele (as Produlhaças), com as quais nos encontramos para começar uma pesquisa de palhaço. Ao mesmo tempo, meus amigos do Tumbão me chamaram para fazer alguma coisa lá…e Bingo! Falei com elas porque a gente não abria um espaço para uma pesquisa aberta? Ver filmes, apresentar números, trocar ideias e experiências… e assim surgiu Palhaços no Tumbao!

GA: Como foi o Palhaços no Tumbao ano passado? E como será esse ano, pode nos adiantar algumas surpresas, ou até mesmo apresentar para aqueles que não conhecem?
Flor: Foi muito bom! Tivemos uma resposta ótima tanto dos palhaços como do publico. Contamos com mais de 50 palhaços apresentando números de todo tipo. Essa mistura é o que a gente achou mais bacana: números solos e em dupla, de homens, de mulheres, de palhaços experientes e iniciantes, com linguagem mais circense, mais teatral. Em fim, cada apresentação foi uma surpresa! O evento foi pensado para isso: um lugar para apresentar números, intervenções, um lugar para testar. E funciona! O público adora assistir. É um publico aberto, participativo, que segue o evento e torce pelos palhaços! E o melhor: vai preparado porquê sabe que tudo pode acontecer!

Esse ano mudamos dia e hora, estaremos as sextas feiras a partir das 20 hrs. É uma experiência, estamos emplogadas com a ideia de gerar um clima mais bohemio, um cabaré mesmo de palhaços. Incorporamos um novo bloco que é a Prática Palhaçal: contaremos na primeira edição com Ana Luisa Cardoso que fará algumas brincadeiras para o público também poder experimentar a palhaçada. E contamos com outra intervenção super estréia, que é surpresa! Tem que comparecer pra conferir


GA: Você também é palhaça? Como surgiu essa coisa de ser palhaça na sua vida? E por falar nisso, ano passado, você começou a trabalhar nos Doutores da Alegria, como tem sido esse trabalho?
Flor:
Eu sou atriz e descubri essa coisa do palhaço fazendo oficinas, mas acho que entrei mesmo para esse mundo fazendo teatro de rua, fundamentalmente pela relação olho no olho que se estabelece com o público. Esse olhar ensina uma coragem muito grande, do tipo, “estou olhando pra você, se você não gostar de mim vou saber imediatamente, vai ser difícil, mas sei que posso tentar fazer aos pouquinhos com que você goste!” Esse vai-vem é muito importante! O jogo que se estabelece é verdadeiro, é uma troca real dentro de uma construção. É incrível! E é isso o que acontece muito no hospital. E uma brincadeira séria e maravilhosa! Eu ainda estou aprendendo, sou uma besteirologista em (de)formação.


GA: Jogo rápido: Se tivesse que escolher entre amizade e paixão. Qual você escolheria? Por quê?
Flor:
Amizades apaixonantes! Paixões amigas!


GA: Na sua opnião, o que é ser artista, hoje?
Flor: Viver fazendo arte?

SERVIÇO:
PALHAÇOS NO TUMBAL

Local: TUMBAO DE MALEVO
Rua Pascoal Carlos Magno 121 - Largo dos Guimarães - Santa Teresa - RJ
Data: Toda 2ª sexta-feira do mês a partir das 20h
Realização: As PRODULHAÇAS

Inscrições: palhacosnotumbao@yahoo.com.br
(Informando: Nome, palhaço, descrição do número e contatos).

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