Prezado Xangô,
Vem aí, o prêmio CAMÉLIA DA LIBERDADE 2008, mas neste momento que seus brothers verde-rosa como Darcy da Mangueira e Jamelão nos deixam grande legados, é bom lembrar, a liberdade da Camélia de anos anteriores. Voltemos em no tempo:
O Prêmio Camélia da liberdade que há 3 anos oxigena a política cultural do Rio de Janeiro, fez um link histórico com o abolicionista José do Patrocínio. É que na terça-feira, 9 de abril, o Centro de Articulação de Populações Marginalizadas, cujos timoneiros são Maitê Ferreira da Silva e Ivanir dos Santos, revestiu o centenário Teatro João Caetano de nossas cores e dores através das artes integradas à educação, à militância, e às ações trabalhistas de empresas afirmativas. Tudo isso, amarrado, costurado e mixado pelo talento da atriz e coreógrafa Carmen Luz. Aplausos!!!!!
O carinho de nossa comunidade fez jorrar merecidamente uma cachoeira de "Positives Vibrations" sobre a Dama do Teatro, RUTH DE SOUZA. Aplausos de pé! Jorge de Sá, filho da ex-psicóloga e atual cantora Sandra de Sá (ex-militante da TV OLHO de Duque de Caxias, a primeira TV Comunitária do Brasil) quebrou a liturgia do cargo ou, na linguagem teatral, colocou belos "cacos" para reforçar as reverências a nossa Palma de Ouro, em Cannes, nos anos 60: "Dona Ruth de Souza, uma referência! Quanta honra!" Entendeu, agora, o link com José do Patrocínio?
Sim? Não? Pelo sim, pelo não, os apresentadores mexeram com nossos corações ao convidar ninguém menos do que a bailarina clássica MERCEDES BATISTA. Cadeira de rodas em movimento, eis que La Batista se comove ao encontrar a velha amiga:
- Rutinha! A Ruth está aqui!. Ruth minha amiga de infância! Você se lembra dos nossos passeios? Lembra-se dos nossos deliciosos sonhos? Deliciosos e enormes sonhos quando éramos crianças?
Ruth de Souza, iluminada, sorria, intercambiando luz com Mercedes Batista com total cumplicidade de um lotado João Caetano. Obrigado Carmen Luz!!!!
Arrebatados, os convidados para ceia da Camélia da Liberdade tiveram um baque atrás do outro. Afinal, depois das aulas de sabedoria de Mercedes Batista, via telão, sucecedeu-se um desfile de valores religiosos (Mãe Mabeji, Ogã Bangbala), sociais (Maria Inês da Silva Barbosa – Programa Gênero e Raça das Nações Unidas), literários (CONCEIÇÃO EVARISTO), pedagógicos (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS, UNIVERSIDADE DO ESTADO DE GOIÁS, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS) e empresariais (PRÊMIO INCENTIVO ESSO). O Professor Ivanir dos Santos, porém, abrira os trabalhos historiando a trajetória político-cultural do Ceap. Como a lista é enorme, vamos ficar com os atuais: O RAPPA, CIDADE NEGRA, MV BILL, AFRO-REGGAE. O Ceap não foi incubadora só para estes artistas, a casa também serviu de berçário, ninho e creche para várias organizações não governamentais, geradas no Centro de Articulações de Populações Marginalizadas.
Show de coerência!
Na seqüência surgem os bailarinos-voadores da Cia. Étnica de Teatro e Dança. Carmen Luz, durante os ensaios, inflava a auto-estima dos meninos e meninas: - Quase não ensaiamos. Somos a Cia. Ética, não somos bagunça. Vamos fazer nosso melhor. Vamos nos doar e nos entregar na apresentação desta noite. Os bailarinos seguiram à risca as recomendações da diretora. Resultado: uma chuva de APLAUSOS!
Na cola, pano rápido: roadies em ação, walk-talk, comunicação e UAU!!!! Lá vem BNEGÃO rasgando, riscando e grafitando o desenho hipnótico do iluminador Djalma Amaral. Ex-Farofa Carioca, BNEGÃO descarregou uma sonoridade futurista, processada a partir da mais autêntica e tradicional black-music. Que Farofa, que nada! O nome dele é sincretismo, miscigenação, mestiçagem, brasilidade... O nome dele é AFRICAN- DIAPORIC WORLD MUSIC!
A adrelanina mexeu com a pressão dos músicos e das atrações seguintes. A prova foram os instrumentistas de BNEGÃO sacolejando ao som da pesada percussão do Congo do Grupo Para-folclórico (o que é isto?) Mirim da Ilha. A bateção de cabeças coroou o peso do congo do Espírito Santo.
Demorô!!! Logo, logo o rufar dos tambores capixabas invadiu o camarim de Leci Brandão... Milagrosamente, o Congo despachou a indisposição física da compositora mangueirense. E aí, irmão, foi aquilo: "É SOM DE PRETO. É SOM DE FAVELADO. MAS QUANDO TOCA NINGUÉM FICA PARADO".
Seu Xangô da Mangueira,
Sei que seu apelido não tem origem nos terreiros de Candomblé. Sei também que o senhor é compositor, cantor, jongueiro, calangueiro, improvisador e versador, mestre do partido-alto. Sei que o senhor nasceu no Estácio, em 19 de janeiro de 1923. Desfilou pela Escola de Samba Unidos de Rocha Miranda, em 1935 e passou pela Portela. Mas se firmou na Mangueira, que foi 7 vezes campeã sob sua direção. Na década de 1960, foi muito solicitado a participar de shows em teatros no Rio de Janeiro. Por essa época, participou diversas vezes da roda de samba no Teatro Opinião. No ano de 1968, foi um dos fundadores do Conselho Superior de Escolas de Samba.
Sabemos também que o senhor escreveu, entre outras pérolas:
• Carolina, meu bem
• Divergência (c/ Zagaia e Quincas do Cavaco)
• Formiguinha pequenina
• Isso não são horas (c/ Catoni e Chiquinho)
• Lá vem ela
• Moro na roça (c/ Zagaia)
• No tempo dos mil-réis (c/ Sidney da Conceição)
• O namoro de Maria (c/ Aniceto do Império) (www.dicionariompb.com.br).
Daí, nossa Leci Brandão homenageia Cartola, Paulinho da Viola, Silas de Oliveira e o Ceap confecciona um tapete de CAMÉLIAS DA LIBERDADE para o Mestre Xangô.
APLAUSOS para Leci, para o Ceap, para Maitê, para Ivanir, para Carmen , para os Professores Eduardo Silva, Helena Theodoro, Vanda Ferreira, Eliane Borges, Zulu Araújo, Carlos Guimarães, Rosilene Torquato, Antonio Pompeo, Israel Evangelista e para a comunidade negra que encheu de orgulho nossos mestres como OLIVÉRIO FERREIRA e JOSÉ DO PATROCÍNIO...
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Vem aí, o prêmio CAMÉLIA DA LIBERDADE 2008, mas neste momento que seus brothers verde-rosa como Darcy da Mangueira e Jamelão nos deixam grande legados, é bom lembrar, a liberdade da Camélia de anos anteriores. Voltemos em no tempo:
O Prêmio Camélia da liberdade que há 3 anos oxigena a política cultural do Rio de Janeiro, fez um link histórico com o abolicionista José do Patrocínio. É que na terça-feira, 9 de abril, o Centro de Articulação de Populações Marginalizadas, cujos timoneiros são Maitê Ferreira da Silva e Ivanir dos Santos, revestiu o centenário Teatro João Caetano de nossas cores e dores através das artes integradas à educação, à militância, e às ações trabalhistas de empresas afirmativas. Tudo isso, amarrado, costurado e mixado pelo talento da atriz e coreógrafa Carmen Luz. Aplausos!!!!!
O carinho de nossa comunidade fez jorrar merecidamente uma cachoeira de "Positives Vibrations" sobre a Dama do Teatro, RUTH DE SOUZA. Aplausos de pé! Jorge de Sá, filho da ex-psicóloga e atual cantora Sandra de Sá (ex-militante da TV OLHO de Duque de Caxias, a primeira TV Comunitária do Brasil) quebrou a liturgia do cargo ou, na linguagem teatral, colocou belos "cacos" para reforçar as reverências a nossa Palma de Ouro, em Cannes, nos anos 60: "Dona Ruth de Souza, uma referência! Quanta honra!" Entendeu, agora, o link com José do Patrocínio?
Sim? Não? Pelo sim, pelo não, os apresentadores mexeram com nossos corações ao convidar ninguém menos do que a bailarina clássica MERCEDES BATISTA. Cadeira de rodas em movimento, eis que La Batista se comove ao encontrar a velha amiga:
- Rutinha! A Ruth está aqui!. Ruth minha amiga de infância! Você se lembra dos nossos passeios? Lembra-se dos nossos deliciosos sonhos? Deliciosos e enormes sonhos quando éramos crianças?
Ruth de Souza, iluminada, sorria, intercambiando luz com Mercedes Batista com total cumplicidade de um lotado João Caetano. Obrigado Carmen Luz!!!!
Arrebatados, os convidados para ceia da Camélia da Liberdade tiveram um baque atrás do outro. Afinal, depois das aulas de sabedoria de Mercedes Batista, via telão, sucecedeu-se um desfile de valores religiosos (Mãe Mabeji, Ogã Bangbala), sociais (Maria Inês da Silva Barbosa – Programa Gênero e Raça das Nações Unidas), literários (CONCEIÇÃO EVARISTO), pedagógicos (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS, UNIVERSIDADE DO ESTADO DE GOIÁS, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS) e empresariais (PRÊMIO INCENTIVO ESSO). O Professor Ivanir dos Santos, porém, abrira os trabalhos historiando a trajetória político-cultural do Ceap. Como a lista é enorme, vamos ficar com os atuais: O RAPPA, CIDADE NEGRA, MV BILL, AFRO-REGGAE. O Ceap não foi incubadora só para estes artistas, a casa também serviu de berçário, ninho e creche para várias organizações não governamentais, geradas no Centro de Articulações de Populações Marginalizadas.
Show de coerência!
Na seqüência surgem os bailarinos-voadores da Cia. Étnica de Teatro e Dança. Carmen Luz, durante os ensaios, inflava a auto-estima dos meninos e meninas: - Quase não ensaiamos. Somos a Cia. Ética, não somos bagunça. Vamos fazer nosso melhor. Vamos nos doar e nos entregar na apresentação desta noite. Os bailarinos seguiram à risca as recomendações da diretora. Resultado: uma chuva de APLAUSOS!
Na cola, pano rápido: roadies em ação, walk-talk, comunicação e UAU!!!! Lá vem BNEGÃO rasgando, riscando e grafitando o desenho hipnótico do iluminador Djalma Amaral. Ex-Farofa Carioca, BNEGÃO descarregou uma sonoridade futurista, processada a partir da mais autêntica e tradicional black-music. Que Farofa, que nada! O nome dele é sincretismo, miscigenação, mestiçagem, brasilidade... O nome dele é AFRICAN- DIAPORIC WORLD MUSIC!
A adrelanina mexeu com a pressão dos músicos e das atrações seguintes. A prova foram os instrumentistas de BNEGÃO sacolejando ao som da pesada percussão do Congo do Grupo Para-folclórico (o que é isto?) Mirim da Ilha. A bateção de cabeças coroou o peso do congo do Espírito Santo.
Demorô!!! Logo, logo o rufar dos tambores capixabas invadiu o camarim de Leci Brandão... Milagrosamente, o Congo despachou a indisposição física da compositora mangueirense. E aí, irmão, foi aquilo: "É SOM DE PRETO. É SOM DE FAVELADO. MAS QUANDO TOCA NINGUÉM FICA PARADO".
Seu Xangô da Mangueira,
Sei que seu apelido não tem origem nos terreiros de Candomblé. Sei também que o senhor é compositor, cantor, jongueiro, calangueiro, improvisador e versador, mestre do partido-alto. Sei que o senhor nasceu no Estácio, em 19 de janeiro de 1923. Desfilou pela Escola de Samba Unidos de Rocha Miranda, em 1935 e passou pela Portela. Mas se firmou na Mangueira, que foi 7 vezes campeã sob sua direção. Na década de 1960, foi muito solicitado a participar de shows em teatros no Rio de Janeiro. Por essa época, participou diversas vezes da roda de samba no Teatro Opinião. No ano de 1968, foi um dos fundadores do Conselho Superior de Escolas de Samba.
Sabemos também que o senhor escreveu, entre outras pérolas:
• Carolina, meu bem
• Divergência (c/ Zagaia e Quincas do Cavaco)
• Formiguinha pequenina
• Isso não são horas (c/ Catoni e Chiquinho)
• Lá vem ela
• Moro na roça (c/ Zagaia)
• No tempo dos mil-réis (c/ Sidney da Conceição)
• O namoro de Maria (c/ Aniceto do Império) (www.dicionariompb.com.br).
Daí, nossa Leci Brandão homenageia Cartola, Paulinho da Viola, Silas de Oliveira e o Ceap confecciona um tapete de CAMÉLIAS DA LIBERDADE para o Mestre Xangô.
APLAUSOS para Leci, para o Ceap, para Maitê, para Ivanir, para Carmen , para os Professores Eduardo Silva, Helena Theodoro, Vanda Ferreira, Eliane Borges, Zulu Araújo, Carlos Guimarães, Rosilene Torquato, Antonio Pompeo, Israel Evangelista e para a comunidade negra que encheu de orgulho nossos mestres como OLIVÉRIO FERREIRA e JOSÉ DO PATROCÍNIO...
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Quem é Mauro Vianna?
Jornalista e Produtor Cultural, (República do Samba, Café de Bambas, Centenário de Carlos Cachaça, Zé Ketty Vive, Darcy da Mangueira, 70 anos, Ismael do Estácio apresenta os seguintes projetos para o biênio 2007/2008: livro, video-documentário e shows.
Jornalista e Produtor Cultural, (República do Samba, Café de Bambas, Centenário de Carlos Cachaça, Zé Ketty Vive, Darcy da Mangueira, 70 anos, Ismael do Estácio apresenta os seguintes projetos para o biênio 2007/2008: livro, video-documentário e shows.
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